AGORA ELA É O SEU TORMENTO

Se perguntava quando foi mesmo que aquele vento se tornou brisa suave e tranquila, pois, quando antes, era tormenta indomável, incontrolável e passiva.

Desde quando a lenda evasiva e onipotente se transformou em maré calma diante os olhos do navegador, que estranho achava a mudança de sua natureza latente.

Como foi que a jaula se manteve de pé?
Porque não derrubou as paredes frias do cárcere rumo ao desconhecido?
Quem foi que domou essa entidade?

Revolta e confusa, rodopiava dentro da garrafa, tentando expulsar a rolha ou quebrar-lhe o corpo em cacos.

Tentou e lutou até desistir, até que avistou a pedra. Rolou e rolou quase sem força, mas foi ajudada por forças invisíveis, até que rompeu o lacre da prisão da rotina, da limitação das proibições, dos preconceitos e dessas outras abominações.

Essa liberdade não tem preço
Essa liberdade é regozijo
Agora é mar
Agora é vento
Agora é luz
Agora ela é o seu tormento.

Poetisa Sayonara Sales